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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Educação Inclusiva

                                                                                                                              Miriam Bárbara Vogt[1]

Resumo
Para perceber melhor como é a educação inclusiva, onde teve seu início, o que a engloba, como a escola deve estar preparada para receber estes alunos, foi realizado um trabalho de observação com a turma parceira, visitas a escola da APAE, além de pesquisas sobre o assunto. A educação inclusiva é um desafio a todos os professores. Mas um desafio que precisa ser superado, não se pode ficar de braços cruzados é preciso conhecer cada tipo de deficiência e buscar maneiras de auxilio para estes alunos. A inclusão proporciona o convívio com a diversidade e precisamos estar prontos para conviver com as diferenças.

Palavras chave: educação inclusiva, acessibilidade.

Introdução

Como futura educadora, ao entrar em sala de aula para observar a turma parceira, percebi que deveria saber mais sobre a educação inclusiva, ao perceber ali alunos com alguma necessidade especial. Cada vez mais presentes no ensino regular, os alunos com necessidades especiais buscam sua independência, sua autonomia, exigindo que a educação inclusiva, seja assim em todos os lugares, tanto na escola, quanto na comunidade.
            Como a cada ano aumenta significativamente o número alunos com necessidades especiais matriculados nas escolas regulares, percebe-se que os professores necessitam saber como lidar com estas situações em sala de aula, buscar conhecimentos novos, principalmente sobre estes alunos com necessidades especiais. Segundo Evans (1999), as pessoas com necessidades educacionais especiais são aquelas cujas escolas não podem educar efetivamente sem apoio adicional.
            Para aprofundar as discussões, apresentam-se inicialmente algumas questões sobre Educação Inclusiva, acessibilidade, o ambiente físico e digital.

1. Educação Inclusiva

            A Constituição de 1988, assim como a LDB 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) destacam a importância e urgência de promover-se a inclusão educacional como elemento formador da nacionalidade.
            A Educação Inclusiva, que foi marcada pela Conferência Mundial Sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, que aconteceu na cidade de Salamanca (Espanha) em 1994, teve como resultado a Declaração de Salamanca (1994), onde “acolher todas as crianças, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras” foi o acordo. Desde então, tem sido construída a política de inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais no ensino regular, pelo Ministério da Educação - MEC. Esta é uma oportunidade para o aperfeiçoamento da educação regular, pois beneficia a todos os alunos, com ou sem deficiência(Mantoan, 2003).
            A educação deve estar sempre se renovando. Para tanto os professores devem procurar formas diferentes de fazer com que os conhecimentos cheguem até os alunos. Sendo criativos, não tendo medo de novos desafios, conhecendo seus alunos, a sua comunidade, saber sobre as deficiências e como trabalhá-las em sala de aula é um passo muito importante para receber a todos os alunos com algum tipo de necessidade especial.
            Os pais deveriam trabalhar desde a infância de seus filhos o respeito pelo próximo, para então quando chegarem à escola e se depararem com colegas especiais, que sempre terá uma limitação e para que não haja nem um tipo de discriminação em relação a estes alunos, vem auxiliá-los na inclusão, já que a escola deve adequar-se aquelas crianças e aceitá-las como são. Esse tipo de conscientização é algo que leva tempo, mas seria muito bom se desde logo pelo menos os professores conseguissem incutir em seus alunos esse comprometimento.
            Podemos observar a realidade de alunos com necessidades especiais na APAE Novo Amanhã de Cerro Largo aqui de nossa cidade, onde conversei com a diretora Katiuska Sulzbacher, que nos contou um pouco sobre o trabalho realizado ali. A escola APAE é uma escola de educação especial onde os alunos são trabalhados principalmente para terem sua independência, sua autonomia, além de prepararem os alunos para rede regular de ensino. Por ser uma escola de educação especial possui todo acompanhamento necessário para as pessoas com deficiência, como fonoaudióloga, fisioterapeuta, psicóloga, pedagoga.
            Nossas escolas regulares de ensino não possuem essa estrutura, portanto os professores é que precisam descobrir maneiras de como auxiliar seus alunos para as atividades mais simples do dia-a-dia, como por exemplo, ir ao banheiro. A educação inclusiva está aí e precisamos aprender a ensinar de formas diferentes, incluindo todos na educação. Existem diversas jogos pedagógicos que auxiliar este processo.

2. Acessibilidade

            Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), acessível é “espaço, edificação, mobiliário ou elemento que possa ser alcançado, visitado e utilizado por qualquer pessoa, inclusive aquelas com deficiência”. O termo acessível sugere tanto a acessibilidade física como a de comunicação.

2.1 O ambiente físico

            Na escola, um meio físico acessível pode transformar a possibilidade de integração entre crianças e o seu desempenho. Os ambientes inacessíveis são fator principal na dificuldade de inclusão na escola para as pessoas com deficiência e podem determinar que alguns sejam excluídos alem do convívio social, também do mercado de trabalho. Essa falta de acesso pode reforçar uma deficiência valorizando um impedimento ou torná-la sem importância.
            Os problemas mais encontrados por estes alunos referem-se à locomoção até a escola e em suas dependências, o manuseio de materiais escolares, de instrumentos de leitura e escrita, além da comunicação com colegas e professores.
            As escolas precisam adequar-se para receberem a todos os alunos com necessidades especiais diferentes uns dos outros, onde eles possam caminhar, brincar, desenvolver-se.
            Um ambiente físico que satisfaça cada necessidade seria necessário para receber os alunos. Espaço mobiliário adequado, acesso as salas de aula, ao computador, ao banheiro com autonomia. Coisas simples, mas que fazem uma diferença muito grande para aquelas pessoas com necessidades especiais. O que vemos nas escolas são os professores e funcionários se desdobrando para auxiliar os alunos.
            Em nossa cidade podemos observar que as escolas possuem rampas de acesso para os alunos com deficiência motora e visual. Além disso, as ruas também estão recebendo rampas de acesso em vários lugares.  O entorno da escola também deve possibilitar o direito de ir e vir a todos os cidadãos.

2.2 Digital

            A acessibilidade e a usabilidade podem facilitar a Educação Inclusiva, com o uso das tecnologias da informação e da comunicação. Existem muitas ferramentas que auxiliam na superação destas desigualdades, auxiliando também na inclusão social.
            A internet que é uma rede que permite a comunicação com todos vem cada vez mais criando e disponibilizando novos espaços virtuais onde acontece a interação, comunicação e o desenvolvimento permitindo além da inclusão social, também a digital. Cada vez mais os criadores de softwares e hardwares dedicam-se em superar as dificuldades, favorecendo o processo de inclusão. Na frente de um computador, os alunos que possuem dificuldades e limites poderão desenvolver várias habilidades que visam favorecer seu processo de aprendizagem e descobrir que seu mundo está cheio de possibilidades. Menezes(2006) afirma que “a busca pela superação dessas dificuldades e limitações aumenta a auto-estima e a crença em suas capacidades.”
            Para tanto a comunidade escolar deve participar ativamente, para a inclusão dos alunos valorizando a convivência, possibilitando assim o crescimento individual e em grupo.
            A vida se tornou bem mais fácil por exemplo, para o aluno cego, que agora escreve e lê os textos digitalizados através do leitor com sistema sonoro, sem necessitar da ajuda e da disponibilidade de outros. Ou para o estudante com dificuldade de locomoção, que faz uma pesquisa na internet, sem precisar buscar por várias bibliotecas. Para o aluno surdo, sites com a tradução em libras. Jogos pedagógicos para pessoas com deficiências. Para pessoas com deficiências físicas, por exemplo, sem um braço, existem equipamentos que auxiliam no manuseio do computador. Ganhou-se em autonomia, em rapidez e na equiparação de oportunidades. Para isso, é necessário que a tecnologia esteja adequada às necessidades técnicas para acessibilidade digital.
            Em nossas escolas ainda não contamos com a acessibilidade digital. Mas é importante conhecermos, pois sabemos que na informática os alunos possuem uma facilidade muito grande e o professor precisa saber auxiliá-los.

CONCLUSÃO

            A inclusão é muito importante tanto para a sociedade quanto para a educação. Mas para que todos possam aceitá-la é preciso que as diferenças sejam aceitas. Com a educação para todos temos a chance de construir um mundo melhor para todos, onde não haja excluídos.
            Mas ainda vem sendo um desafio para escolas e alunos com necessidades especiais. As escolas precisam estar preparadas fisicamente e didaticamente para receberem estes alunos. Qualificar o acesso e o processo de ensino/aprendizagem, buscando novas formas de planejar e organizar, trazendo a transformação é o que devemos buscar incluindo a todos.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica / Secretaria de Educação Especial. MEC; SEESP, 2001.

Camisão, Verônica.

Evans, P. Algumas implicações da obra de Vygotsky na Educação Especial. In: Daniels, H. (org), Vygotsky em foco: pressupostos e desdobramentos. Campinas, SP: Ed.Papirus, 1999, 4ª edição. p. 69 – 89.

MANTOAN, Maria Tereza Egler. Inclusão escolar- o que e? Por quê? Como fazer?. Campinas. 2003.

Menezes, E. da C. P. de (2006). Informática e Educação Inclusiva: discutindo  limites e possibilidades/ Santa Maria Ed. Da UFSM.


WERNECK, Claudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: WVA, 1997.








[1] Aluna do curso de Pedagogia pela UAB, UFPel.

2 comentários:

  1. Muito interessante o seu artigo, Miriam. Como educadoras e mediadoras, precisamos aprender a trabalhar e principalmente respeitar as diferenças. Tb promover a inclusão.

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  2. Concordo profe Marta, e professor precisa estar preparado para atender estes alunos que chegam até as escolas e possuem necessidades especiais.

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