No entanto, para que elas se interessem realmente pela poesia é preciso que além da leitura também pratiquem a escrita da poesia. Uma técnica interessante é deixá-las escolher algumas palavras, por exemplo, dez palavras. Com estas palavras, num primeiro momento a criança brinca, joga, vai escrevendo sem se preocupar com a rima. Já num segundo momento, ela tenta procurar outras palavras que rimem com estas já escolhidas anteriormente. Dessa maneira tanto as crianças que nunca tiveram contato com poesias, como outras que já tiveram irão se sentir a vontade nesta brincadeira com as palavras.
As poesias em nossas escolas são pouco exploradas. Alguns alunos mesmo sem o incentivo familiar são capazes de realizar bons trabalhos brincando com sílabas, palavras, rimas, declamando ou cantando. O professor precisa oportunizar situações que coloquem a criança de forma prazerosa no contexto da "brincadeira", produção de trabalhos com rimas cantadas ou declamadas. Conforme a produção dos alunos, podemos realizar encenações grupais ou individuais. As crianças se empolgam, levam a sério, melhoram a dicção, tornam-se mais comunicativas, mais espontâneas, tornam-se mais receptivas às idéias dos colegas. A poesia é uma forma de interpretar o mundo que nos rodeia. É um outro prisma de comunicação e expressão.
Com certeza, a poesia traz consigo uma forma bem diferente de se expressar. E as crianças gostam de se envolver neste tipo de texto, onde as rimas, as lendas, a brincadeira com as palavras, tudo toma sua forma. Como no verso:
“Quero cantar e dançar
Tomar banho de chuva
Correr pela rua
Plantar um girassol (...)
(...) Quero ouvir muitas histórias...
E também contar as minhas!”
Tomar banho de chuva
Correr pela rua
Plantar um girassol (...)
(...) Quero ouvir muitas histórias...
E também contar as minhas!”
do livro Vida do meu jeito...Não importa como! de Léia Cassol e Giana Lorenzini, onde o sujeito descreve o que gosta de fazer.
O professor precisa levar a poesia para a sala de aula. Mas poesias ricas, interessantes, intrigantes, que apontam para o lúdico. Poesias com sonoridades, rimas, cadências, poesias desafiadoras, poesias que provoquem questionamentos, poesias que promovam jogo de interpretações.
Ao trazer a poesia para o contexto escolar o professor abre espaços para a imaginação, sensibilidade, interação e reflexão. E juntos, educador e alunos podem fazer jogos orais, brincadeiras rítmicas, jogos dramáticos, recitais, festivais e saraus, lendo, ouvindo, curtindo, construindo e desconstruindo. Afinal, para que servem as poesias?
E Sylvia Orthof nos diria:
"Ora, poesia é pra gente nadar dentro, ler, reler, ouvir. Tal como certas músicas, algumas poesias precisam ser conhecidas, relidas, ouvidas, bailadas... até tornarem-se frutas maduras do formar das delícias!".
Ficou ótimo o texto, reflete bem o papel da poesia no aprendizado!! Adorei...
ResponderExcluirEsse trecho da Sylvia Orthof é de que fonte?
Abraços,
Roberta